Conforme o marketing avançou por suas cinco ondas evolutivas até aqui, muitas coisas também se ajustaram nas nossas percepções sobre as relações humanas e o modo como nos relacionamos com o planeta. A geração acelerada de informações, combinada ao amplo acesso online, promovem um ambiente onde é, no mínimo, muito mais difícil ignorar as nossas responsabilidades para com o meio ambiente.
Neste contexto evolutivo da mercadologia, as empresas também seguem ajustando seus processos e operações, buscando propósitos cujos impactos positivos transcendam os limites do ambiente corporativo. Ir além do lucro, gerando benefícios reais para a sociedade, é essencial para a decolagem dos negócios hoje, e tende a continuar no futuro.
Essa evolução na mentalidade sobre a gestão de operações de negócios nos leva ao tópico ESG, sigla que representa os pilares Environmental, Social e Governance.
O termo é uma referência a um conjunto de boas práticas e padrões, apresentado em 2004 na publicação “Who Cares Wins”, produto de uma parceria entre o Pacto Global e o Banco Mundial. A publicação visava demonstrar os melhores resultados de operações de negócios geridas de forma consciente, nos âmbitos ambiental, social e de governança corporativa.
Juntos, estes pilares indicam o grau de maturidade e comprometimento de uma companhia com a sustentabilidade e a geração de benefícios para a sociedade. Desta forma, torna-se viável uma avaliação para além dos resultados financeiros.
Para os mais pragmáticos, essa abordagem voltada aos aspectos ambiental e social pode soar subjetiva, porém, ela já orienta as decisões de analistas, estrategistas e gestores do mercado financeiro. Gestoras de recursos, por exemplo, levam à sério as práticas de ESG, como decisivas na avaliação de negócios. A transparência e a responsabilidade no envolvimento com suas comunidades, iniciativas de combate a fraudes e corrupção, estão no contexto da avaliação de uma companhia, além do core business.
É de conhecimento que tanto Millennials quanto membros da geração Z revelam forte interesse por investimentos sustentáveis, por exemplo. Nos últimos anos, 78% e 84% destas gerações, respectivamente, declararam optar por este tipo de investimento.
Uma pesquisa comandada pela consultoria Verizon Media, revelou que o meio ambiente, questões políticas e pautas sociais são os três temas de maior atenção para a Geração Z.
Fonte: A evolução do ESG no Brasil, Rede Brasil do Pacto Global e Stilingue.
Neste ponto, é preciso considerar que o público jovem, integrante do público JMN apresentado em Marketing 4.0 (KOTLER, 2017, p. 49), define tendências. Considerá-los em estratégias de longo prazo, realizando esforços estratégicos para manter uma empresa atraente através da sustentabilidade tende a ser um ótimo negócio.
Environmental — Ambiental
Neste pilar encontramos fatores relacionados de forma direta ou indireta ao impacto ambiental de uma operação de negócios. Alguns dos exemplos práticos para políticas ambientais são:
Social
Aqui, as preocupações se relacionam ao desenvolvimento da saúde, segurança e diversidade. Além do ambiente interno, são avaliados os impactos positivos de atividades envolvendo a comunidade onde a empresa está inserida. O aspecto social se relaciona ao seu universo de pessoas, dentro e fora do ambiente corporativo. Entre as melhores práticas no aspecto social estão:
Governance — Governança
No escopo da governança, as medidas se relacionam a diretrizes, normas e processos que orientam a administração das companhias, bem como suas relações com stakeholders. Neste contexto, surgem as possibilidades a seguir, entre outras:
Apesar de ser perfeitamente possível que um dos pilares se destaque mais do que os outros em determinadas organizações, o efeito das práticas de ESG é acumulativo. Vale ressaltar, que um excelente desempenho no aspecto social não compensa a ausência de boas práticas ambientais, ou muito menos o impacto de acidentes que causem danos à natureza ou à sociedade.
A adoção das práticas de ESG também não está restrita às grandes empresas. Um estudo promovido pelo Instituto Akatu aponta que 55% dos consumidores no Brasil pretendem priorizar “mais ou muito mais” no pós-pandemia as empresas que atuam de forma responsável. Além disso, 60% dos consumidores estão mais dispostos a pagar mais por produtos e marcas que atuem ativamente para a evolução da sociedade e o meio ambiente.
Sobre a relevância na geração de valor, 85% das companhias listadas no S&P 500 já contavam com relatórios de boas práticas ESG em 2020. Segundo o Morgan Stanley, estratégias que aumentaram a exposição de carteiras a empresas aderentes ao ESG, superaram o desempenho do índice nos últimos 30 anos. um forte indício do quão poderosa pode ser a implementação de estratégias ESG para a valorização de marcas no mercado.
Esqueçam essa porcaria de ESG. Só serve para ferrar com o planeta. Um bando de lunáticos.
https://hbr.org/2022/03/an-inconvenient-truth-about-esg-investing